Para cada posto de trabalho eliminado, 2,4 novos postos serão criados.
Muito se fala sobre como o futuro será transgressor com o avanço da tecnologia, incluindo os aspectos da indústria 4.0 que já começaram a ser aplicados. E ao pensar sobre isso, logo vem à cabeça: qual será o futuro do trabalho? Vamos ter que competir com robôs? Em que é preciso investir para garantir uma carreira de sucesso?
As opiniões sobre o cenário do mercado de trabalho no futuro não são nada consensuais. Porém, uma pesquisa do McKinsey Global Institute feita em 2017 traz números impactantes sobre este assunto. Segundo o relatório, até 2030, para cada posto de trabalho eliminado, 2,4 novos serão criados, principalmente em startups.
No entanto, ainda segundo a pesquisa, a maior parte das pessoas que ficarão sem seus posts de trabalho ainda não estão capacitadas para as novas vagas que aparecerão. Serão necessárias várias adaptações, assim como já ocorreram outras vezes ao longo da história enquanto o mundo e a tecnologia se desenvolviam.
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Passando rapidamente por todas as vezes em que o mundo sofreu grandes mudanças no modelo de trabalho, temos:
Com a invenção da máquina a vapor, muitos postos de trabalho braçal foram substituídos, uma vez que, neste período, a produção era majoritariamente agrícola.
Marcada pela descoberta e aproveitamento de novas fontes de energia, por exemplo, petróleo, usinas hidrelétricas e energia nuclear. Aqui a produção industrial se transformou ainda mais.
A partir da Segunda Guerra Mundial, o cenário industrial se modificou mais uma vez e teve como propulsor a microeletrônica. No final deste período, a automação começou a surgir e ser implantada em indústrias.
Já se ouve dizer que estamos vivendo a quarta revolução industrial, onde o conceito básico vem da robótica e da inteligência artificial. Porém, nem mesmo quanto a isto existe um consenso. Há quem acredite que a ciência e a tecnologia são completamente dependentes da geração de valor, ou seja, estas inovações tecnológicas são parte dessa exigência de rotação do capitalismo que é totalmente necessária para a economia, assim como nos períodos passados.
Tomando por base o relatório de janeiro de 2017 sobre automação, o mais recente estudo do McKinsey Global Institute – Jobs lost, jobs gained: Workforce transitions in a time of automation –, veja a seguir os números e tipos de trabalhos da indústria 4.0 em diversos cenários até 2030.
É constatado que metade das atividades executadas por pessoas podem ser automatizadas, ou seja, substituídas por máquinas. Isso implica grande transformações no local de trabalho e na vida dos trabalhadores.
Apesar disso, também deve ser levado em consideração o custo de desenvolver e implantar soluções automatizadas, a dinâmica do mercado de trabalho, os benefícios que vão além da substituição da mão de obra e a aceitação social. Levando esses fatores em consideração, a pesquisa do instituto estima que até 30% das horas trabalhadas em todo o mundo poderão ser automatizadas até 2030, dependendo da velocidade de adoção.
Ao que tudo indica, o impacto da automação sobre os empregos varia conforme a função e o setor. Mas, as ocupações mais propícias a serem extinguidas são aquelas que envolvem atividades previsíveis, por exemplo, operar máquinas e montar pratos em redes fast food.
Já as atividades imprevisíveis, como o de jardinagem, limpeza, eletricistas, cuidadores etc., sofrerão bem menos impacto. Essas são atividades de alto envolvimento humano e que as máquinas não saberiam reproduzir.
De modo geral, com a economia girando estimulada pela tecnologia, o primeiro resultado que podemos obter é o aumento da renda da população e, consequentemente, o aumento do consumo.
Entre 2015 e 2030, o McKinsey estimou um crescimento de consumo global de U$ 23 trilhões, onde a maior parte viria das classes consumidoras em economias emergentes. Sendo assim, surgirão:
• De 250 a 280 milhões de novos empregos por meio do aumento da renda;
• De 50 a 85 milhões de novos empregos por meio do consumo em saúde e educação;
• De 20 a 50 milhões de novos empregos no desenvolvimento e implementação de tecnologias da informação;
• Até 80 milhões de novos empregos no setor imobiliário, incluindo as profissões relacionadas à construção;
• Até 10 milhões de novos empregos em tecnologias de alta eficiência energética, como por exemplo, energia solar e eólica;
• De 50 a 90 milhões de novos empregos em atividades atualmente não remuneradas e domésticas: assistência a crianças, educação infantil, limpeza geral, culinária e jardinagem.
Profissões com maior índice de crescimento através dos efeitos da automação:
1. Profissionais de TI e outros especialistas em tecnologia;
2. Gerentes e executivos, cujo trabalho não pode ser facilmente substituído por máquinas;
3. Prestadores de serviços de saúde;
4. Profissionais como engenheiros, cientistas, contadores e analistas;
5. Educadores, especialmente em economias emergentes com uma população jovem;
6. Profissionais criativos, pois a diversão e o entretenimento serão cada vez mais requisitados com o aumento da renda;
7. Construtores e profissões afins;
8. Artesãos.
Com a apresentação dos números anteriores fica claro de que, sim, haverá trabalho suficiente no futuro. Isso porque o número de empregos em outras áreas vai aumentar e, assim, novas atividades serão criadas. Com o tempo, o mercado de trabalho se ajustará às novas demandas.
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