O conceito de Lifelong Learning é a base de uma longa carreira
Desde cedo você ouviu que essa era a fórmula para o sucesso: se formar em uma universidade renomada para conseguir um bom emprego e, finalmente, ter a tão sonhada estabilidade financeira para o resto da vida.
Foi isso que os nossos pais aprenderam e funcionou para eles. No entanto, o cenário mudou. Carreiras bem-sucedidas não são mais construídas de maneira linear como antigamente.
A profissão de programador é um grande exemplo disso. O segredo para os desenvolvedores conquistarem o mercado vai muito além de um diploma universitário.
Ficou curioso? Descubra nas próximas linhas como a área de programação reflete as mudanças nas relações de trabalho do setor tecnológico e como as características desse profissional influenciaram o novo perfil.
Primeiro, precisamos conhecer um pouco mais sobre o que faz esse especialista em high-tech.
Saiba quem é o profissional da indústria 4.0.
Programador é um profissional que utiliza uma série de linguagens de programação para criar comandos para programas. Assim, pode desenvolver softwares, aplicativos, sites, banco de dados e muitas outras aplicações relacionadas ao digital.
Ele pode desenvolver tanto em front-end quanto back-end. Front-end (client side) abrange a parte da programação que tem contato direto com o usuário, como a página de um site. Já o back-end trabalha nos bastidores da aplicação, ditando como o programa deve funcionar. Os desenvolvedores que atuam nas duas frentes são chamados de fullstack.
A popularidade da área de programação é recente, mas o primeiro programador surgiu em 1843. Na verdade, o primeiro algoritmo da história foi escrito por uma mulher, Ada Lovelace. A Condessa Lovelace é considerada a mãe da tecnologia. Ela desenvolveu o código usado para calcular funções matemáticas para o modelo pioneiro de computador – a máquina de Charles Babbage.
Veja como o pioneirismo das mulheres transforma a tecnologia.
A história da programação acompanha a história da tecnologia. Esses profissionais se tornaram protagonistas na evolução do universo digital que tanto amamos. Afinal, foi graças a programação que temos a internet do jeito que conhecemos hoje: o e-mail, o Google, o Dropbox, o Facebook, o Waze, o WhatsApp e o Instagram são só alguns exemplos.
Para homenagear esses profissionais, desde 2009 comemora-se o Dia do Programador no 256º dia do ano (em 2018, corresponde ao dia 13 de setembro). A escolha do dia foi inspirada nos 8 bits (byte), combinação básica para formar um caractere. Chegamos a data oficial a partir de uma conta simples usada para saber as possibilidades de combinação de 8 bits: 28 que é igual a 256.
Diplomas universitários não convencem mais empresas como Google, Apple e IBM sobre a competência de um profissional. As gigantes da tecnologia querem em seus times profissionais que solucionem problemas e atendam às demandas da companhia. O que importa para as empresas são pessoas com a capacidade de aprender e dominar as habilidades exigidas para realizar a tarefa.
A Stack Overflow, maior comunidade online de programadores, realiza anualmente uma pesquisa para entender o setor. A edição 2018 do relatório Stack Overflow Developer Survey mostra que cerca de três quartos dos programadores possuem um diploma com nível bacharel ou superior. Mesmo assim, 90% dos programadores afirmam terem aprendido uma nova linguagem, estrutura ou ferramenta fora de sua educação formal.
Isso mostra que para acompanhar a velocidade da evolução tecnológica e das tendências do segmento, os desenvolvedores precisam investir em aprendizado contínuo. Quase a metade dos entrevistados ainda afirma que já fez cursos online e um quarto deles, aproximadamente, participou de maratonas de programação, conhecidas como Hackathon.
Quando o assunto é tecnologia – que se transforma a uma velocidade assustadora –, o modelo formal de educação deixou de ser considerado o único meio para adquirir conhecimento. Pelo contrário, cursos rápidos e acesso às fontes certas de conteúdo já se provaram tão eficientes quanto os anos de faculdade para formar um profissional altamente qualificado.
Conheça as 9 competências essenciais do profissional do futuro.
Com o grande número de jovens que ingressam nesse mercado, aumenta o número de profissionais talentosos que não concluíram um curso superior. Como isso é possível?
O acesso facilitado à internet e às plataformas online permitiu que pessoas interessadas estudassem linguagens de programação e tecnologias necessárias para atuar como desenvolvedor por conta própria. Por meio de cursos online, blogs, fóruns, vídeos e diversos outros materiais disponíveis na rede gratuitamente ou a custos acessíveis, cada vez mais indivíduos dominam a programação.
As companhias perceberam e entenderam esse movimento. Gestores encontraram nessas pessoas os profissionais capacitados que tanto procuravam para suas equipes. Ter excelentes notas na universidade não garante que um estudante tenha a desenvoltura que precisa no dia a dia corporativo.
As pessoas que tiveram a iniciativa, independência e perseverança para aprender sozinhas normalmente estão mais habituadas a resolver problemas e a ter uma postura que é importante para executar o trabalho. Essas características, além das habilidades técnicas, também são valorizadas pelas corporações na hora de escolher novos colaboradores.
Dentro da companhia, graduados e autodidatas se unem para trocar experiência e conhecimento, o que é muito importante para o crescimento profissional de cada um e do time como um todo.
Isso significa o fim do curso superior na área de tecnologia? Não, de jeito nenhum. Apenas quer dizer que o estudante não pode depender somente da educação formal: é preciso estar em aprendizado constante e ele pode vir de diversas fontes. O importante é contar com as habilidades necessárias para desempenhar da melhor maneira as demandas do mercado.
Além disso, os profissionais de tecnologia também não precisam ficar restritos à área de tecnologia. É possível aproveitar para explorar outros conhecimentos que possam contribuir com o seu trabalho, como gestão de negócios e design.
Lifelong Learning é traduzido como aprendizagem ao longo da vida. Podemos resumir o conceito como um eterno aprendiz no sentido de estar sempre adquirindo novos saberes, não se conformar ou cansar de aprender coisas novas.
Antigamente pensávamos que quatro ou cinco anos na faculdade seriam o suficiente para adquirir todo conhecimento necessário para o resto de nossas vidas profissionais. Hoje, com a velocidade da informação e das transformações tecnológicas, pensar dessa maneira é a certeza de que você ficará ultrapassado antes mesmo de concluir a graduação. A jornada pelo aprendizado não tem fim. O valor está justamente no trajeto, no processo diário de estudo.
Por isso, a ideia de Lifelong Learning se tornou tão importante na era da nova economia.
O relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI apresenta os quatro pilares fundamentais para a educação ao longo da vida: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser.
Aprender a conhecer – aprender a cultura geral de forma ampla e se aprofundar em assuntos específicos.
Aprender a fazer – aprender além da qualificação profissional para se tornar uma pessoa apta a enfrentar situações adversas e trabalhar em equipe.
Aprender a conviver – aprender a compreender, respeitar e se relacionar com o outro. Quando realizamos projetos juntos, desenvolvemos essas habilidades e somos treinados para gerenciar conflitos.
Aprender a ser – aprender a elevar o que há de melhor em nós como pessoas, além das capacidades técnicas, para alcançar cada vez mais autonomia, discernimento e responsabilidade social.
Sendo um Lifelong Learning você pode ser um profissional:
• Mais versátil, flexível, adaptável e preparado para qualquer desafio. O perfil ideal para as empresas;
• Altamente qualificado e preparado para atender as novas tendências do mercado;
• Desejado pelas companhias e, consequentemente, com melhor remuneração;
• Líder influente que consegue atrair profissionais excepcionais em sua rede de networking;
• Excelente capacidade de resolver problemas;
• Autônomo, que traça seu próprio caminho e transforma metas em realidade.
O conceito de eterno aprendiz não está restrito aos profissionais de tecnologia. O aprendizado constante proporciona vantagens para todas as pessoas que estão dispostas a traçarem o caminho do conhecimento.