Como o Planejamento Estratégico pode influenciar na escolha dos modelos
Você deve ter notado que a grande distribuidora de streaming, Netflix, está apostando na produção de conteúdos autorais nos últimos anos. Mas, afinal, por que a empresa tem investido neste mercado se já existem parceiros que oferecem materiais de qualidade semelhante ou até mesmo superior?
Mesmo que pareça uma atitude bastante arriscada e audaciosa, o exemplo ilustrado demonstra uma estratégia empresarial cada vez mais comum, adotada pelas organizações com a finalidade de integrar processos de produção, visando a redução de custos e a maximização de resultados.
Sabendo que essas mudanças podem contribuir para o crescimento exponencial das companhias, de agora em diante, você descobrirá quais são os principais diferenciais entre a Integração Vertical – como é o caso da Netflix – e a Integração Horizontal dentro do mundo corporativo.
A fim de alavancar resultados e impedir uma possível crise nos negócios, muitas empresam apostam em estratégias de mercado para fortalecer a cadeia de valor e aumentar a presença em seu segmento. Contudo, é preciso ter cautela no momento de realizar uma reestruturação organizacional desse nível e entender as especificidades de cada modelo. Saiba mais:
Integração Vertical – Além do exemplo da Netflix, mencionado no início deste artigo, também podemos citar outro caso que descreve muito bem o propósito dessa estrutura. Na indústria da saúde, diversos hospitais e clínicas ampliaram seu portfólio de produtos por meio da venda de seus próprios planos de saúde. Mesmo que pareça comum, a atitude visa atender às necessidades dos clientes, aumentar a visibilidade da marca, garantir maior receita e, ainda, eliminar os equivalentes oferecidos por empresas terceirizadas.
Com isso, é possível perceber que a verticalização é uma estratégia aplicada a qualquer negócio e está presente em todos os setores da economia. Em suma, essa forma de integração permite que uma mesma organização controle diferentes processos de produção por meio da criação de seus próprios serviços ou da fusão com fornecedores.
Ela também dificulta o acesso dos concorrentes a matérias-primas. Ou seja, se o recurso for escasso, a empresa tem a oportunidade de controlar os fornecedores do mercado, impedindo o crescimento da concorrência.
A integração vertical pode ser classificada de duas formas:
1. A Montante: quando a companhia decide expandir sua cadeia de valor para trás (também conhecida como nascente), por meio da incorporação com fornecedores. Podemos citar como exemplo uma loja de roupas que detém parte de uma indústria de confecção.
2. A Jusante: ocorre quando a organização projeta suas operações à frente da cadeia produtiva (denominada também de poente), apropriando-se dos processos de pós-produção. Por exemplo: uma fabricante de eletrônicos que realiza a compra de uma rede de produtos de tecnologia.
Conheça alguns benefícios da Integração Vertical:
• Redução de custos;
• Maximização de resultados;
• Melhora a eficiência;
• Maior controle sobre os prazos de entrega;
• Aumentar a gama de produtos e/ou serviços;
• Reduz incertezas no mercado;
• Melhora na qualidade da produção;
• Aumento do poder de negociação com fornecedores;
• Dificulta o crescimento da concorrência;
• Vantagens associadas a economia de escala.
Integração Horizontal – Com o propósito de ampliar o seu valor de mercado, a Walt Disney comprou, em 2006, a Pixar Animation Studios por cerca de 7,4 bilhões de dólares. Dessa forma, a companhia conseguiu reforçar ainda mais suas produções, principalmente no segmento da animação.
A situação acima descreve um modelo de crescimento por Integração Horizontal. Essa estratégia é baseada na aquisição de empresas do mesmo nível da cadeia produtiva (concorrentes diretos), com o propósito de expandir suas operações e ampliar a capacidade produtiva.
Ao apostar no crescimento horizontal, a empresa tem autonomia para trabalhar com maior diversidade de produtos, podendo vendê-los a um mercado amplo ou, até mesmo, monopolizá-lo.
Podemos citar como principais vantagens:
• Utilização do capital intelectual dos concorrentes;
• Reforço do posicionamento de mercado;
• Ampliação da cadeia produtiva;
• Redução da competitividade;
• Aquisição de empresas com as mesmas competências;
• Facilidade de acesso a economias de escala e de escopo;
• Poder de dominação do mercado.
Apesar das diferenças em relação às vantagens de cada modelo de integração, ambas possuem dois aspectos em comum: a reestruturação organizacional e financeira de empresas dos mais diversos portes e segmentos.
“A estratégia de uma corporação é o plano-mestre abrangente que estabelece como a organização alcançará a sua missão e os seus objetivos.” (J. David Hunger e Thomas L. Wheelen)
Para obter sucesso nos negócios, é fundamental pensar estrategicamente. Companhias que não possuem visão sistêmica de seus processos correm o risco de não sobreviverem frente às demandas de um mercado mais competitivo.
Em um cenário de constantes mudanças, tanto as empresas já consolidadas quanto as recém-instauradas devem definir seus propósitos. No caso das precursoras, é essencial realizar uma avaliação completa dos pontos fortes e fracos (ambiente interno e externo), para evitar prejuízos e alcançar resultados mais consistentes.
Em companhias mais experientes, o ideal é adotar o processo de melhoria contínua, considerando novas estratégias. Ao reestruturar suas operações – do ponto de vista organizacional e financeiro – elas têm maiores chances de aumentar a competitividade e se destacar no mercado.
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Independentemente da idade, porte ou setor da companhia, o primeiro passo é realizar um Planejamento Estratégico. Ele pode ser classificado de cinco formas:
1. Estratégico: define os objetivos gerais da empresa;
2. Tático: estabelece condições para que as ações determinadas no plano estratégico sejam colocadas em prática;
3. Operacional: viabiliza as mudanças e reestruturações;
4. Adaptativo: flexibiliza os processos de acordo com as mudanças ocorridas no ambiente;
5. Contingencial: determina ações em caso de situações emergenciais.
Por meio de cada um deles, é possível traçar metas realistas, compreender a missão da empresa e identificar o cenário em que atua. Além disso, as organizações podem contar com o auxílio de três alternativas estratégicas:
• Crescimento - É muito utilizada por empresas emergentes e tem a finalidade de aumentar a receita e o valor da companhia.
• Estabilidade - Quando a empresa não tem o objetivo ou capacidade de desenvolvimento, ela foca em se manter estável no mercado.
• Redução - Considerada a mais complexa, é utilizada somente quando os resultados estão insatisfatórios. Leva em conta aspectos como: a cultura da organização, corte de gastos, desinvestimentos e o panorama econômico.
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A principal ferramenta para a gestão e criação do planejamento estratégico é a Análise SWOT - ou Matriz SWOT -, que permite compilar informações para uma análise do ambiente interno e externo da empresa. Esta técnica foi criada pelo consultor de negócios Albert Humphrey durante a década de 1960, integrando um projeto de pesquisa de Stanford com o financiamento de grandes empresas da época.
O termo SWOT é a sigla das palavras em inglês Forças (Strengths), Fraquezas (Weaknesses), Oportunidades (Opportunities) e Ameaças (Threats). É a partir destas categorias que são criados os quadrantes da Matriz FOFA, no qual o líder do planejamento estratégico deve listar os pontos fortes, fracos, oportunidades de negócios e as ameaças que podem atingir a empresa.
Confira os significados das categorias SWOT presentes na Matriz FOFA:
• Strengths (forças): pontos fortes do ambiente interno da empresa em relação aos concorrentes. Exemplo: qualidade do produto e do atendimento ao cliente, bom ambiente de trabalho;
• Weaknesses (fraquezas): pontos fracos do ambiente interno da empresa em relação aos concorrentes. Exemplo: pouca visibilidade da empresa, altos custos de produção, modelo de gestão ineficaz;
• Opportunities (oportunidades): pontos positivos do ambiente externo da empresa que garantem vantagens competitivas. Exemplo: poder de barganha com os fornecedores, cartela grande de clientes, produção enxuta;
• Ameaças (threats): pontos negativos do ambiente externo da empresa que põem em risco às vantagens competitivas. Exemplo: novos concorrentes, perda de funcionários, preço alto dos produtos;
Esta técnica facilita um estudo aprofundado dos aspectos internos e externos em que a empresa se encontra, possibilitando a criação de um planejamento estratégico eficiente que garanta a integração entre as áreas, seja ele implantado num modelo de negócio vertical ou horizontal.
Além das Integrações Vertical e Horizontal, há outros tipos de estratégias empresariais muito utilizadas com o propósito de melhorar a gestão dos processos, promover o crescimento e criar valor de mercado.
Conheça mais alguns modelos de gestão corporativa que podem beneficiar a sua organização:
1. Concentração em um único negócio: são empresas especializadas em um único setor, dedicando todos os seus esforços naquilo que fazem de melhor. Focam em um produto ou segmento para atender demandas específicas.
2. Joint Venture: consiste na aliança entre duas empresas. Nessa parceria, geralmente, uma das organizações envolvidas entra com o mercado e a outra com capital ou tecnologia. Elas se comprometem a compartilhar desde os lucros até os prejuízos.
3. Retração: agem de maneira defensiva quando os resultados não estão muito positivos. Esse processo reduz as atividades sem a necessidade de se desfazer de seus ativos. São exemplos: diminuir a fabricação de um determinado produto, reduzir unidades de negócios ou estreitar o mercado de atuação com o objetivo de melhorar a saúde financeira.
4. Diversificação: companhias que investem no desenvolvimento de novos produtos ou serviços, expandindo a comercialização para outros mercados. Essa diversificação pode ser realizada por meio da compra de novas tecnologias ou empresas atuantes na área.
5. Inovação: tem por objetivo o desenvolvimento de um novo produto, processo ou tecnologia de maneira que gere lucro ou reduza despesas para a companhia e a diferencie de seus concorrentes.
6. Internacionalização: empresas que expandem suas operações para outros países, com o propósito de ampliar a imagem da marca, aumentar o volume de vendas e a parceria com outras companhias.
Manter o crescimento e a competitividade no mercado requer muita determinação e disciplina. No entanto, com o auxílio de estratégias empresariais – como as citadas neste artigo –, é possível facilitar esses processos e alavancar os resultados do seu negócio.
Antes de colocar em prática a adoção da Integração Vertical ou Horizontal, é importante que os líderes, em conjunto com suas equipes, saibam exatamente qual é o panorama da empresa, suas perspectivas para o futuro e o que está sendo feito para alcançar os objetivos.
A partir dessa análise, ficará mais fácil direcionar as ações que levarão a definição da melhor estratégia corporativa, além de auxiliar no processo de tomada de decisões. Para auxiliá-los nessa difícil tarefa, é importante realizar um planejamento aprofundado, a fim de identificar o principal diferencial competitivo e como ele está alinhado com o modelo de gestão desejado.
Saiba também o que o seu negócio precisa para crescer exponencialmente.