Controlar o tempo de aprovisionamento da produção é o grande desafio das organizações
Muito se fala em controle de prazos dentro do ambiente industrial, mas você sabe efetivamente como otimizar o tempo de cada etapa da cadeia produtiva dentro da sua organização?
Do intervalo entre o recebimento do pedido até a entrega ao cliente, todos os processos possuem um período para serem executados e têm impacto direto na eficiência da produção.
Este período de transição entre a primeira e a última atividade é chamado de lead time - também denominado tempo de espera ou de aprovisionamento - e tem por objetivo calcular o tempo gasto para transformar matérias-primas em produtos acabados.
Neste mundo cada vez mais competitivo, quem leva vantagem frente à concorrência são as empresas que conseguem produzir e entregar produtos de qualidade no menor tempo possível.
Por conta disso, as organizações utilizam o lead time com o objetivo de estimar o intervalo entre cada tarefa. Veja abaixo as três fases essenciais para a realização deste cálculo:
Produtos – Liste todos os materiais utilizados para a fabricação do produto.
Tempo – Avalie o tempo necessário para adquiri-los, estabelecendo um claro fluxo de informações com os fornecedores.
Produção – Analise o tempo necessário (dias, horas ou meses) para a fabricação. É importante incluir nesta fase os finais de semana e feriados.
Ao somar o tempo total que envolve essas três etapas, a empresa terá uma média do lead time de produção.
Na prática, há diversos obstáculos que podem dificultar a medição do lead time. Atrasos devido a falhas na linha de produção, a falta de entrega de materiais por parte dos fornecedores e o baixo desempenho dos colaboradores são algumas situações rotineiras que afetam o tempo de espera e, consequentemente, prejudicam a produtividade da organização.
Muitos estudiosos afirmam que o conceito de tempo de aprovisionamento ainda é bastante limitado. Para isso, utilizam uma medição do lead time real da produção, conhecida como Manufacturing Critical-path Time (MCT) – traduzido como o tempo do caminho crítico da manufatura.
A definição de MCT foi desenvolvida com o propósito de medir de maneira mais precisa o período necessário para a fabricação de itens, envolvendo todos os fatores que podem adiantar ou até mesmo atrasar o processo de produção.
Mas o que significa este caminho crítico? Em suma, Manufacturing Critical-path Time avalia a quantidade de tempo em dias corridos – que inicia com a criação do pedido, percorre todo o caminho crítico e é finalizado com a entrega ao cliente.
Nesta fase, analisam-se quais atividades dependem de fornecedores, a flexibilidade de tempo (caso ocorram atrasos), a logística de matérias-primas, dentre outras questões que podem afetar o cronograma e impactar o custo de fabricação do produto.
No ambiente industrial, antes da fabricação de qualquer produto, é necessária a criação de uma Ordem de Produção (OP). Com base neste documento, a empresa é capaz de organizar e gerenciar todo o processo de produção, acompanhando passo a passo cada atividade e mantendo o fluxo de informações constante com os fornecedores e apurando os principais custos.
Contudo, antes de qualquer coisa é essencial realizar uma Análise da Necessidade de Produção para determinar se o item precisa ser produzido ou se ainda restam produtos em estoque. Para isso, há duas formas de fazer essa análise:
Produção contínua: é o processo de fabricação em massa de peças já padronizadas, geralmente produzidas acima da quantidade para serem armazenados em estoque. Neste modelo, já existe uma OP pré-estabelecida, visto que as mercadorias são sempre as mesmas.
Produção por encomenda: consiste na fabricação sob pedido específico. Por meio de uma encomenda, haverá a criação de uma Ordem de Produção com base em um roteiro diferenciado para cada produto.
Com uma OP bem estruturada, é possível calcular com maior precisão a entrega das solicitações e ter uma visão mais objetiva dos gastos de fabricação e das necessidades de matérias-primas. Dessa forma, o lead time real pode ser estimado com mais precisão.
Descubra agora: Qual a importância do PCP na indústria?
“Tempo é dinheiro” e na manufatura essa máxima é ainda mais real. Atraso de materiais, máquinas danificadas e tempo ocioso são apenas alguns exemplos de situações que podem afetar financeiramente a saúde da sua indústria.
De início, as organizações devem entender que os clientes não sabem quais fatores impactam o processo de fabricação. Por isso, precisam encontrar alternativas para contornar os “bugs” no decorrer do processo e diminuir o tempo de aprovisionamento de entrega ao consumidor.
Por meio de um relacionamento aberto com os fornecedores, de uma equipe comprometida e de uma logística de transportes eficiente, as empresas conseguem reduzir de várias maneiras o lead time real e, como resultado, aumentam a produtividade e diminuem significativamente os custos de produção.